sexta-feira, 6 de março de 2009

E NÃO HÁ NADA QUE EU POSSA FAZER.

#1

O ventilador ecoa um barulho torturante,
Os cães latem e arrastam pedaços de corpos pela madrugada
Algo clama por socorro.
Mesmo com a mudança de palco o drama permanece
Enquanto enceno dentro de mim uma comédia para não chorar,

As cortinas se fecham
E a platéia permanece silenciosa
Os aplausos estão guardados no mesmo lugar em que guardaram o amor.
Um quarto quente,
Uma lata de cerveja e nada mais que me interesse.
A não ser os erros que me acordam quebrando o silencio da noite
E eu vomitei palavras.
E eu anulei sentimentos
E o céu pede para que eu o segure por mais alguns minutos
Para que ao menos algo seja salvo.

# 2

Caminho até você e tento olhar dentro dos seus olhos,
As palavras me sufocam
Pedindo para que saiam.
Minhas mãos soam, pedindo pelo toque da sua.

Quanta vez mais terei que andar até você?
Só até que o medo corte meu pescoço e jorre as palavras em seu rosto
Como sangue para um vampiro.
Aceitar a derrota é sempre mais difícil quando não se luta como deveria.
E as facas continuam a acertar em cheio
Meu coração exasperado de sentimentos.
Desesperado por sentimentos.
Mantém-se frequentemente estático
Frequentemente imundo.
Insolente e mentiroso.
Se eu peco é na vontade...

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

seres humanos.

E amanhece mais um dia,
Um dia em que tudo permanece como sempre esteve
Errado e cético.
Belo e poético.
Nada como a poesia de um poente
Para contrastar com a inebriante poluição de objetivos ilusórios.

E tudo continua vivo como sempre esteve.
Inevitável como sempre esteve
E nem sequer se perguntam se sempre esteve.

Como pode continuar sorrindo.
Se tu és movido a pão e circo?
Chora pelas desgraças demasiadamente inevitáveis.
Chora
Por ser e não saber
E nem sequer querer.
Como cães vadios contentes ao encontrar comida dentro de uma sacola plástica,

Vamos esquecer de amar.
Pois sentimentos não enchem barriga dizem nossos pais.
Amemos os conselhos pois eles lhe são concedidos de graça!
Choremos depois as lágrimas inevitáveis da falta de perspectiva.

E de dentro de minha cúpula
Ao embelezar a realidade
Ofereço um brinde a todos os entusiastas do agora.